10 novembro 2013

[Resenha] Perdão, Leonard Peacock - Matthew Quick

Autor: Matthew Quick
Editora: Intrínseca
Lançamento: 2013
Páginas: 224
Avaliação: Ótimo
Hoje é o aniversário de Leonard Peacock. Também é o dia em que ele saiu de casa com uma arma na mochila. Porque é hoje que ele vai matar o ex-melhor amigo e depois se suicidar com a P-38 que foi do avô, a pistola do Reich. Mas antes ele quer encontrar e se despedir das quatro pessoas mais importantes de sua vida: Walt, o vizinho obcecado por filmes de Humphrey Bogart; Baback, que estuda na mesma escola que ele e é um virtuose do violino; Lauren, a garota cristã de quem ele gosta, e Herr Silverman, o professor que está agora ensinando à turma sobre o Holocausto. Encontro após encontro, conversando com cada uma dessas pessoas, o jovem ao poucos revela seus segredos, mas o relógio não para: até o fim do dia Leonard estará morto. 
Hoje é aniversário de Leonard Peacock, ele está completando 18 anos, mas ninguém sabe disso. Considerado um garoto "estranho", de poucos amigos e muito diferente dos seus colegas de classe. Sua mãe, Linda, mora em Nova York por causa da carreira de estilista, se tornando muito ausente na vida de seu filho, fazendo com que ele apenas queira uma mãe normal, compreensiva e atenciosa. Seu pai, um singelo astro do rock no início da década de 90, obteve um bloqueio criativo na sua carreira, se tornou viciado em álcool e drogas, e fugiu para a Venezuela. Isso resultou em Linda ir abrir o seu negócio de moda e deixar Leonard em South Jersey, morando sozinho.

Às vezes, Leonard veste um terno preto, caminha em direção à estação de trem e finge ser adulto. Ele estuda expressões das pessoas que estão indo para o seu trabalho e acredita que ser adulto não é tão bom assim, que isso será um destino terrível e insatisfatório.

Nessa data tão especial, o aniversário que lhe considera uma pessoa "adulta", ele será o assassino de seu ex-melhor amigo (Asher Beal) e logo depois se suicidar, usando uma P-38 utilizada pelo seu avô durante a Segunda Guerra Mundial. Porém, antes de completar estas duas "missões", ele precisará se despedir de algumas pessoas, nas quais foram muito importantes em sua vida, por isso, ele entregará um presente para quatro pessoas, assim, eles terão uma lembrança do jovem Peacock.
"Imaginei todo o meu sangue fluindo de mim, para a neve, e eu vendo aquilo se transformar em uma bela cor carmim enquanto os cidadãos da Filadélfia passavam apressados, sem nem mesmo parar para admirar a beleza da neve vermelha, e muito menos registrando o fato de que um garoto do ensino médio estava morrendo diante de seus olhos."
Perdão, Leonard Peacock é uma obra incrível, tocante e que te prende do começo ao fim. Matthew Quick nos apresenta o personagem principal de uma forma irônica e estranha, fazendo com que sentimos pena e, ao mesmo tempo, querendo ajudá-lo daquela fase que está passando. O interessante é a construção dos personagens secundários como, por exemplo, o velho Walt, que é fascinado pelos filmes de Bogart e constrói uma amizade bacana com o garoto. Herr Silverman é uma pessoa muito afável e entendo o porquê de Leonard gostar tanto dele.

O autor possui uma narrativa simples, inteligente e distribui metáforas bem interessantes. Ele aborda - principalmente - como uma pessoa tenta encarar a vida após o ensino médio, se direcionando a fase desafiadora da nossa vida: a adulta. É uma mistura de apreensão com emoção, gerando algumas indagações sobre o futuro.

O projeto gráfico está lindo. A capa possui detalhes em preto (parecido com manchas de sujeira), a diagramação está bacana: páginas amarelas, a fonte está em um tamanho ideal e possui várias notas de rodapé que possuem várias informações curiosas. A revisão não possui tantos erros, o que mais percebi foram a ausência de vírgulas em algumas frases, mas não é nada tão prejudicial durante a leitura.

Em suma, é uma obra para refletir sobre o futuro e acredito para aqueles que estão estudando no ensino médio, assim como eu, irão se identificar, de alguma forma, com Perdão, Leonard Peacock. Um dos melhores livros que li no ano! Se antes já obtinha alguns questionamentos sobre a vida adulta, após ter lido esse fascinante romance de Quick, agora tenho mais reflexões para fazer.


A chave é fazer algo que marque você para sempre na memória das pessoas comuns. Algo que importe.

9 comentários:

  1. Também amei Perdão, Leonard Peacock... Realmente uma obra incrível.
    Matthew Quick precisa escrever mais livros... gostei muita da narrativa dele.

    Mania de Leitor
    http://maniadeleitor.blogspot.com.br/

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  2. Ele não está tão errado assim né? Ser adulto não lá uma tarefa muito fácil rs
    mas... temos que seguir

    bjs
    http://www.letrasdanana.blogspot.com.br

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  3. Ainda não li, mas só vejo elogios. Sua resenha ficou excelente e me deixou mais curiosa ainda com o livro.


    Bjs, Isabela.
    www.universodosleitores.com

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  4. muito bom resenha maravilhosa beijos
    livro-azul.blogspot.com.br

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  5. Ah todo mundo fala muito bem desse livro, já "quase comprei" várias vezes e mal vejo a hora desse quase virar apenas um comprei rs

    http://alguns-livros.blogspot.com.br/

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  6. Nunca li nada do Matthew Quick, mas não é por falta de vontade viu! Quando li a sinopse desse livro, já imaginei que a história seria tocante e renderia boas reflexões, melhor ainda é saber que isso é verdade! Imagine eu que estou terminando o Ensino Médio agora, estou realmente precisando dessas reflexões... Já não vejo a hora de lê-lo! Bjs
    Jéssica - http://lereincrivel.blogspot.com.br/

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  7. Olá Bruna

    Acabei de comprar este livro e ao ler as primeiras páginas já achei bem interessante. Fico feliz de saber que curtiu, dá mais vontade ainda de terminá-lo.

    Abraços

    http://reaprendendoaartedaleitura.blogspot.com.br/

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  8. Sua resenha ficou excelente, me deu vontade de ler o livro e com certeza vou comprá-lo. Adorei seu blog. Te seguindo. Beijos.
    http://gotinhasesperanca.blogspot.com

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  9. Olha, leia então Os 13 porquês - Jay Asher. Não sei porque, apesar de diferentes, acho que são leituras que se completam.
    Achei demais esse livro! :) E até quem não está no ensino médio vai se identificar, principalmente os "de terno e pasta" haha
    E as notas no rodapé foram um diferencial muito legal!!!!

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